Anseios







"Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar"


Sonhos...
Para mim, os sonhos são como vultos.
Quando olho diretamente, eles somem... vão se dissipando aos poucos. E deixam apenas a sensação de que estavam ali.
Daí, quando viro e continuo a seguir o rumo sem nexo da trilha definida, quando recomeço a levar "a carroça de tudo pela estrada de nada" [Álvaro de Campos] eu os sinto. A presença sutil dos pensamentos desconexos, a confusão usual de uma mente que sonha demais, viaja demais e sente por demais.

Então, quando perco a vista no horizonte, no mar, no banco do carro, na janela do ônibus, no teto do meu quarto, no meu travesseiro, no vento, ou nos olhos de um outro alguém, eu consigo, enfim, ver meus sonhos.Assim, quando nem queria vê-los.
E sim, eu tenho um sonho azul da cor do mar.
Mas o que eu mais tenho, são sonhos de todas as cores
Indefinidos, como os sonhos, por excelência, são.


{Meu sonho azul, sei que estás aí
Mas acontece que te quero aqui}








sábado, 18 de agosto de 2007

Dispersões ...

Ahh....
os corredores da minha alma:
difusos,
incertos
por certo, inseguros
que guardam desejos , vontades, anseios
proibidos, ardentes, latejantes....
verdadeiros,fortes , reais,
insuportavelmente reais
incansáveis, dolorosos, extasiantes
insuportavelmente extasiantes

ahhh
minha alma ...
Ou simplesmente o que habita dentro desse corpo docemente torturado
Ou simplesmente esse borrão disufo, revolto, perturbado,entorpecido


Ou ainda, Maiara Amorim



Nos últimos dias tenho me sentido (como nos canta Pink Floyd) confortavelmente entorpecida.
Aquele torpor quente, doce, envolvente. Típico de crianças quando ganham aquele doce que estava lá atrás no balcão; aquele que lhes custou as últimas moedinhas do cofrinho (cofrinho este que, não raro, é uma latinha de refri.Bom, o meu era) ; aquele, que dissolve na boca e transforma os segundos em uma eternidade açucarada, única.Aquele doce... simplesmente, aquele.

Talvez seja presunçoso demais comparar o que venho sentindo com uma coisa tão magnificamente pura e simples. Talvez seja mais real comparar-me a alguém que caminha sobre um lago congelado.Alguém incerto a respeito de onde e como dar o próximo passo. Contraditório, não?

Mas talvez... ah, sim... talvez eu seja alguém que caminha sobre um lago congelado enquanto come um doce. Aquele doce.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

....




"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." Clarice Lispector


Para iniciar esse espaço aqui,nada melhor do que algo simples, marcante, objetivamente subjetivo,misterioso....algo Clarice Lispector.

Por vezes parei no intuito de criar um blog, mas isso sempre parava na vontade, na idéia...não diferente da maioria das coisas que passam pelos corredores infindos da minha mente. Hoje, entretanto, a vontade ficou me batendo aqui dentro.Aquele desejo pulsante,ardente,desconcertante, que rompe com a janela do olhar,com a barreira do silêncio, com as grades dos pensamentos apenas idealizados...

E cá estou eu, a escrever nada de útil, mas também nada de descartável... a escrever.. a viver.
Sempre fui de pensar muito e expressar pouco... de sentir muito e deixar transparecer pouco. Aqui não será diferente, creio eu...As palavras me escapam... às vezes tenho problemas com elas! Mas um dia, sempre as encontro: debaixo da cama, do lençol, atrás de um livro, dentro das minhas gavetas, no céu, na rua, nos olhares, nos silêncios, nos sorrisos... no fundo da minha alma.



domingo, 12 de agosto de 2007

 
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