Suspiro

Eles bradam:
O amor está no grito dado aos quatro cantos do mundo. Está no estardalhaço causado no meio da rua. Nas declarações marcadas em cada muro da cidade.

Eu sussuro:
O amor está no silêncio do escuro do quarto. No compasso dos corações.

Dava de ver tua costa subindo e descendo devagar com tua respiração profunda e densa, aquela que tu faz quando está completamente relaxada. A boca semi aberta num esboço de sorriso, a expressão de leveza e segurança. Tirei a mecha de cabelo que caíra por cima de teus olhos e pus por detrás da orelha com cuidado, pra não romper com teu sono.

Eles afirmam:
O amor reside nos grandes sacrifícios. Repousa nos braços da resignação.

Eu sinto:
O amor mora na leveza. Nasce na simplicidade daquilo que flui, cresce na caminhada cotidiana e descansa no refúgio da cumplicidade.

Agora dava de ver perfeitamente o caminho do teu rosto. Sabe, cabe um universo de sensações descendo nessa trilha - sobrancelhas, olhos, nariz, boca, queixo - e eu poderia morar nele o resto da vida. Cheguei mais perto de ti, tocando meu rosto no teu, bem naquele lugar que a gente se encaixa perfeitamente e onde tu tem um cheiro diferente, especial, todo teu. Respirei bem devagar e fui sendo preenchida pouco a pouco com teu aroma. 


Eu vivo:
O amor está no toque, no sorriso arrancado quando menos se espera. Está também na pele, no desejo que acende e queima, nos corpos pulsantes. O amor está onde a gente se complementa, acrescenta, soma - e não simplesmente completa, como partes soltas que se juntam. Está em nós. Vem comigo?



quinta-feira, 30 de maio de 2019

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