Olhando para o mar e toda aquela negritude da noite sem estrelas, sentiu o vento frio do litoral chuvoso levar para longe toda a angústia presa. Talvez não para tão longe assim, mas para algum terreno inacessível e cercado, fechado para visitações naquele momento específico.
Se tinha uma coisa que ela gostaria de fazer naquela hora, era transmissão de pensamento. Telepatia mesmo, para poder dividir aquela ocasião com alguém em especial.Mas como isso estava além do seu alcance, limitou-se em imaginar e a sentir, coisas que por sua vez já são uma viagem e tanto por outros planos e dimensões.Bom, pelo menos para quem se lança.

Deitou-se na areia úmida, rindo do efeito tardio do vinho barato. E ficou assim, lembrando do dia chato que transcorrera pelo cinza do céu.Ao seu lado, pessoas igualmente revoltadas com a monotonia do dia, agora bêbadamente dançando na areia. Sorriu e pensou:
E um dia, você encontra pessoas.
E então, passa a dividir momentos com elas.
E aquelas pessoas, que um dia não passavam de sombras no meio da multidão, agora adentram teu mundo, pintam teus dias e fazem parte das tuas orações.
E mesmo quando ainda estamos naquela limitação tímida dos recém-cativados, naquela linha tênue entre amizade em potencial e amizade consolidada, cantamos juntos a mesma música.

[o que mais tarde, virou uma mensagem pessoal ^^]

Sim, estava ali numa tímida limitação de recém-cativada, dançando frevo sobre a linha da lucidez/sanidade , trôpegamente andando na margem da lagoa das amizades nascentes. E como não havia monstro nenhum na lagoa [referência INEVITÁVEL ao livro O Caçador de Pipas], resolveu mergulhar de vez.

É bom dividir os viveres.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dez anos

Uma amiga me escreveu, num dia triste de chuva, chateada com umas situações:

"Ai q vontade de bater no tempo, em tudo mais que há, na vida que separa a gente de quem amamos... e você também sabe como...
ainda bem que ainda te tenho perto...
nem pense em fugir de mim.."

Há um tempo, postei aqui um texto que falava justamente sobre o tempo e o que ele faz na nossa vida.Camila comentou,de forma bem sensata, que o tempo às vezes pode ser um grande mestre, mas muitas das vezes acaba sendo só mais uma ferida. E convenhamos: temos que concordar.
Mas hoje não estou aqui para cutucar as eventuais feridas que o tempo pode cavar em nós, uma vez que é justamente nele que tenho apostado algumas das mais importantes fichas da minha vida, o que não vem ao caso agora.
Estou aqui para voltar no tempo.Voltar, mais precisamente, dez anos: segunda série do ensino fundamental, Centro Educacional Colméia . Só a gurizada inocente, feliz e saltitante, naquela farda amarela esparroza, brincando de Drácula, escorregando no corrimão, saindo nas ruas da Praia Grande em passeatas, passando a noite no colégio, criando laços. E nós, Imaíra Medeiros...

Assim, dez anos se passaram pelas nossas retinas. E cá estamos, não? O tempo não nos pregou uma peça e nós fomos fortes. Nunca fugi e você nunca me virou as costas. Pode parecer clichê demais mas dez anos não são dez dias. Uma década.Assim, de amizade!

E que venham os séculos! \o/
auhauhauhauhaua



Ima, te amo!




quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

 
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