O que importa?

31/08/2014

Não importa.
Tu podes acordar todos os dias antes mesmo do sol raiar dissolvendo a bruma e ir deitar tua cabeça no travesseiro altas horas da madrugada, que ainda assim não terá tempo hábil para dar conta das coisas.
Não importa.
Tu podes tecer o mais belo cobertor para aplacar o frio de alguém em especial com os fios da tua própria sanidade e integridade mental, que nunca será suficiente.
Não importa.
Tu podes abrir mão de tudo o que um dia julgaste importante ou parte constituinte de um algo maior a que você costumava chamar personalidade/subjetividade (ou qualquer uma outra baboseira que no final das contas não passa de doce ilusão) para se empenhar em outras jornadas, que isso nunca, nunca será nem de perto suficiente ou valoroso.
Não importa.
Não importa o quanto corras, não importa o quanto chores, não importa o quanto cresças, não importa o quanto te julgues coerente em teus atos, não importa se depreendes toda a tua energia para fazer algo acontecer, não importa se não sonhes, não importa se sonhas, não importa se sentes dor, não importa se te comprazes com isso ou aquilo.

No final das contas, nada importa, tu sempre vais falhar em algo. Estás fadada a ser eternamente incompleta, eternamente aquilo que tinha tudo para ser e não foi. E isso será o melhor que conseguirás fazer. Tua caminhada anterior não importa, ela se define segundo a segundo, falha a falha. Tu passarás a vida inteira andando em uma esteira que corre no sentido contrário.

Não importa.

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14/04/2017

Na verdade, importa.

Ou, pensando melhor, você é que define se importa ou não. Aprende que existem duas coisas bem distintas que costumamos mesclar e enxergar de forma indistinta: aquilo que é seu mundo interior e aquilo que você traz de fora, o mundo fora do seu mundo que você acredita piamente que faz parte de quem você é.

Então, quando a medida passa a não mais ser externa, não mais ser o outro, quando o outro é processo e não finalidade, tudo isso importa. Cada coisa com seu peso, claro. Estou dizendo que você é o centro de todo o universo e o outro que se exploda? Não exatamente. É mais no sentido de que o modo como enxergamos e lidamos com as coisas tem consequências na forma como isso reverbera em cada minuto do nosso dia. Obviamente que não há certo e errado, porque cada estrada é singular e funciona diferente pra cada um. A diferença é quando você consegue perceber que tipo de passo está dando, que tipo de material está usando para fazer a caminhada - se eles tornam ela mais fácil, são adequados, ou se tornam o caminho mais difícil de ser trilhado.

Ou seja, é você.

Abandonar padrões de comportamentos é uma tarefa árdua e nem sempre você está preparado para isso. Existem coisas que passam uma vida inteira funcionando pra gente, até que chega uma hora que puf, não funciona mais. Aprender novos parâmetros não é simples, ainda mais quando caímos na fácil armadilha que é crucificar o que passou. A culpa consome, deixamos de enxergar o crescimento que tivemos, deixamos os sentimentos turvos.

Viver é um eterno construir e reconstruir. E tudo, tudo importa.

domingo, 31 de agosto de 2014

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